Preparamos um guia com as principais informações que você dever ter para comprar a casa própria
A compra de um imóvel é, indiscutivelmente, um dos maiores sonhos de qualquer família brasileira. Não depender de aluguel e, ainda por cima, ter um bem que dificilmente desvaloriza é um cenário quase ideal. Quase! Pois é preciso muita disciplina financeira e, principalmente, planejamento para se conseguir a tão sonhada casa própria sem se afundar em dívidas. E para te ajudar a perseguir esse sonho, preparamos um guia com várias dicas que você precisa ter em mente antes de fechar qualquer negócio.
Como em qualquer tipo de compra, a possibilidade de fechar um negócio à vista é sempre mais recomendada. Mas estamos falando de cifras que podem ultrapassar algumas dezenas de milhares de reais. Na maioria das vezes, até centenas de milhares. Por isso, é importante conhecer todas as modalidades de pagamento. Além disso, há muito que se considerar, como localização do imóvel, se vale mais a pena comprar na planta ou usado, quais documentações são necessárias e até mesmo se a vizinhança é boa.
Cenário ideal mesmo é comprar à vista. Mas com os preços praticados no mercado hoje, são muito poucos os que conseguem. O importante é saber exatamente o quanto se tem para gastar no imóvel e não se esquecer dos gastos extras, como taxas, impostos e obras necessárias, se for um imóvel usado. No caso dos imóveis na planta é preciso estar muito atento às letrinhas graúdas e miúdas do contrato. As construtoras costumam cobrar várias taxas ao longo da obra e é preciso estar preparado para pagar cada uma delas.
Contar com a ajuda de um advogado, apesar de um gasto a mais, pode ser uma boa antes de fechar um negócio tão intrincado como a compra de um imóvel. É preciso analisar inúmeros documentos e certidões. O comprador precisa ter certeza de que não há nenhuma pendência judicial ou financeira com o proprietário do imóvel, por exemplo, para não ter dor de cabeça na hora de fazer o registro. Verificar o valor do IPTU e condomínio também é importante já que essas taxas entrarão para a despesa mensal da família.
Além disso, o mais importante é se planejar para não ficar com grandes dívidas. Seja na prestação de um imóvel próprio ou no aluguel, os economistas dizem que não se deve comprometer mais de 30% de sua renda com moradia. E é essa, justamente, a base do cálculo usada pelos bancos para dar ou não o crédito aos clientes.
Se a pessoa quer ter um imóvel, o ideal é esperar a prestação ter um valor parecido ao do aluguel.
O brasileiro tem essa cultura de sonhar com a casa própria. Em vários países não é assim. Em economias seguras, sem sobressaltos econômicos, onde o desemprego não é uma ameaça constante, as pessoas pagam aluguel pela vida toda. Agora, se a pessoa quer mesmo ter um imóvel, acredito que o ideal é esperar o memento em que a prestação vai ter um valor bem parecido ao do aluguel. Essa troca vale mais a pena, pois no final você vai ter a propriedade do imóvel.
MODALIDADES DE PAGAMENTO
A compra de um imóvel à vista é sempre o mais recomendável. Você adquire o bem e fica sem qualquer dívida em relação a ele para o resto da vida – excetuando-se IPTU e condomínio, por exemplo. Mas existem duas outras modalidades muito usadas: o financiamento e o consórcio imobiliário.
O financiamento pode ser feito em bancos ou diretamente com a construtora, que geralmente tem mais flexibilidade de negociação, mas oferecem riscos em caso de falência da empresa. No caso dos bancos, desde outubro de 2013 o limite para o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no financiamento da casa própria subiu de R$ 500 mil para R$ 750 mil reais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Nos demais estados, o limite passou para R$ 650 mil. É importante fazer simulações e os sites de bancos como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander oferecem esse tipo de serviço. Para famílias com rendas menores, existe o financiamento pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”.
O consórcio imobiliário é uma boa opção se você tem perfil poupador. O tempo de pagamento é menor que o do financiamento, mas você decide o valor da carta de crédito de acordo com as parcelas que pode pagar. Além disso, você pode ser sorteado para receber a carta toda de uma vez logo no início, ou dar um lance quando quiser. Neste caso, o problema é juntar um dinheiro para dar o lance, e o seu lance não ser o mais alto entre os consorciados. Você terá amortizado uma boa parte do total devido, mas não receberá o valor da carta de imediato. Mas, atenção: a administradora do consórcio precisa ser regulada pelo Banco Central. Não faça com qualquer empresa, pois há muitos golpes nessa área.
USADO, NOVO OU NA PLANTA?
Basicamente, há três tipos de imóveis que você pode comprar: usado, novo e na planta. Em todos os casos há vantagens e desvantagens, que listamos abaixo:
VANTAGENS
USADO |
NOVO |
NA PLANTA |
Os preços podem ser melhores |
Não há a necessidade de Aguardar o imóvel ficar pronto |
Bons preços e valorização do imóvel no momento da entrega das chaves |
Você pode encontrar opções Mais em conta em Bairros melhores |
O comprador pode ver exatamente o que vai comprar, pois o imóvel já existe para visita |
Possibilidade de personalização do imóvel, especialmente nos acabamentos |
Uma reforma, que provavelmente será necessária, valoriza o imóvel |
No caso de apartamento, o comprador vai gozar de infraestrutura melhor do que a de prédios antigos |
Infraestrutura de prédio novo, em caso de apartamento |
Costuma ser maiores do que os mais novos |
Menos gasto com manutenção |
Menos gasto com manutenção |
É possível financiar até 70% do imóvel |
É possível financiar até 80% do imóvel |
É possível financiar até 80% do imóvel |
DESVANTAGENS
USADO |
NOVO |
NA PLANTA |
Gastos com reformas são quase sempre necessários |
Você não terá o desconto que teria se comprasse na planta (em torno de 20%) |
A espera pela entrega de um apartamento pode levar entre 2 a 3 anos, sem contar os atrasos. |
Em casos de prédios antigos, normalmente com poucos apartamentos, o gasto com condomínio pode ser maior, porque é dividido por menos vizinhos |
Você estará comprando o imóvel pronto, sem a possibilidade de escolher os acabamentos totais do imóvel |
Existe a possibilidade de, ao receber o imóvel, ele ser diferente do que você visualizou na planta |
Há muitos casos de prédios antigos sem garagens, o que é um problema para quem tem carro |
O custo, descontadas as possíveis reformas, é maior do que nos usados |
Cuidado ao visitar os decorados, pois os móveis dispostos são feitos sob medida e, muitas vezes, não correspondem ao que se encontra normalmente no mercado. |
LOCALIZAÇÃO
Muitas vezes, não paramos para pensar em alguns pequenos detalhes que podem impactar muito no bolso e também no conforto da nova moradia. E a localização do imóvel é um dos fatores mais importantes a serem levados em consideração.
1. Se o imóvel que você está comprando fica muito longe do seu trabalho, automaticamente os seus gastos com transporte irão aumentar. Muitas vezes é difícil, mas tente ficar o mais próximo possível do seu emprego.
2. A escolha da região é fundamental. Especialmente nas grandes cidades, o custo de vida varia de um bairro para o outro. É importante fazer uma pesquisa sobre o comércio e os serviços, especialmente de transporte, nos arredores do imóvel. Caso sejam locais muito caros, suas despesas fatalmente irão aumentar.
3. Se você tem filhos, é importante saber sobre a oferta de escolas e hospitais da região.
4. No quesito conforto, vale a pena levar em consideração a orientação do imóvel em relalção ao sol. Dê preferência para os imóveis que têm a maior área voltada para o Norte, pois eles irão pegar sol por mais tempo no inverno, mantendo os cômodos mais aquecidos, e menos no verão, amenizando o calor. E para saber mais sobre a incidência do sol sobre o imóvel, procure visitá-lo em horários diferentes.
5. E é sempre bom se informar sobre a vizinhança, se é harmoniosa ou se você corre o risco de ter vizinhos chatos. Em casos de apartamentos, os porteiros dos prédios são sempre boas fontes de informação.
Por: Raphael Crespo